Como introduzir educação financeira infantil desde a tenra infância?

Não é um assunto que minha geração “X” aprendeu quando criança, e olhe lá, se na fase adulta.

Falar de dinheiro ainda é tabu e assunto proibido na maioria as famílias brasileiras.

Tenho um filho de 11 anos e tento ensina-lo o “valor” do dinheiro desde cedo, desde a primeira infância.

Em um mundo imediatista, onde hoje eles procuram e acham tudo a um simples: “Ok Google: … “, sim a Geração “Z” FALA com o google e não tecla mais…. Eles literalmente pensam que dinheiro dá em árvore rssss…

Quem nunca disse pra uma criança: Hoje não, eu não tenho dinheiro e ela responde: Paga no cartão… (Se bem que eu dizia pra minha mãe: paga com cheque).

Pois é, eles acham que é só pedir dinheiro e ele vem – se bem que tem adulto que ainda acha isso, e pede empréstimo em cima de empréstimo no banco – não entende que é necessário preparar a terra, plantar, esperar o tempo da plantação, colher, vender e usufruir dos frutos.

Quando trabalhava organizando e expondo em bazares, meu filho me acompanhava, e lá sempre queria comprar algo. Ou Toda semana queria carta Pokémon para a coleção

Na sua educação infantil, ao aprender os números, ele passou a receber uma semanada, que equivalia a R$ 1,00 por idade por semana e foi assim que comecei a educação financeira infantil. Exemplo: aos 5 anos ele recebia R$ 5,00 (cinco reais) por semana. Na época o pacote de carta pokémon custava R$ 7,00, ou seja, ele devia juntar a semanada de duas semanas para conseguir comprar um pacotinho e ainda sobraria um troquinho.

Qual a razão da semana na educação financeira infantil ao invés da mesada?

Como citado acima, crianças da atual geração, são muito imediatistas, além disso, é difícil pra uma criança pequena mensurar e entender quanto tem um mês, ela está iniciando na educação infantil, conhecendo os números e o tempo.

Eles ainda não têm a real noção de uma semana, quinzena ou mês. Por essa razão acho a semanada mais efetiva no objetivo desejado: juntar dinheiro para comprar algo de valor para eles, mas em um prazo um pouco mais curto, até porque no início da infância os desejos ainda são “baratos”, né? Rsss… bolinhas, bolinhas de sabão e etc.

E quando os desejos aumentaram de valor?

Quando seus desejos começaram a subir de valor, ele mesmo foi aprendendo a empreender, e decidiu juntar as semanadas, com outros dinheirinhos ganhos e comprar brinquedos para revender nos bazares que eu estava.

Fomos até o Pari (bairro popular em SP por vendas em atacado) e iniciamos seu estoque, fui ensinando a guardar o valor do custo para reinvestir em reposição do estoque e só gastar o lucro. Claro que pra uma criança ver aquela montanha de dinheiro e pedir para poupar uma parte foi BEM difícil.

Em alguns momentos quando ele queria um item de maior valor, como o vídeo game, como podíamos, nos propusemos a ajudar, mas ele deveria juntar metade do valor, e pagaríamos a diferença como presente acumulado de Dia das Crianças, Aniversário e Natal daquele ano. Ah, foi ele pedindo dinheiro dessas datas para todo mundo também antecipado, mais juntando o que ganhava. Essa não é a melhor forma de educação infantil financeira e sei que muitas famílias não conseguem dar esse tipo de ajuda em nosso país, mas foi uma forma que achamos dele valorizar e se esforçar para juntar um valor maior, ao longo de um período maior.

Existe outra técnica que pode ser ensinada?

Uma outra forma de educação financeira infantil é a técnica dos envelopes, caso opte por dar uma mesada ao invés de semana. Mas esse assunto deixo para um outro post.

A Geração Z também podemos fazer uso de cartão de crédito pré-pago ou com limites de gastos, sou mais a favor do pré-pago, assim, tem a real noção do quanto tem e quanto pode gastar. E é nessa fase que estamos por aqui. Por conta dos gastos sem pensar no seu cartão pré-pago que me veio a vontade de escrever esse post … E sobre os cartões eu falarei em um outro dia, pois é um assunto que também rende, hein?

E vocês, estão ensinando educação financeira para suas crianças?

Ah, e não ache que ele tem uma super poupança não, hoje não é mais um poupador (infelizmente), agora gasta tudo nos joguinhos porque tem um canal no youtube: https://www.youtube.com/channel/UC7HU4ZkYP0QYTrypN6vT_Hw

Por conta do canal, agora ele “precisa” de um servidor de Minecraft (que tem o custo mensal de R$ 38,00) e resolveu fazer uma vaquinha virtual http://vaka.me/2267411 e sobre o tal servidor e a vaquinha ele conta aqui nesse vídeo.

O dinheiro ele pediu, eu disse que ele precisava pesquisar formas de ganhar dinheiro e não só pedir e gastar, e mais uma vez ele deu um “Ok Google” e se virou nos 30… agora vamos ver quanto ele conseguirá arrecadar (até meu pix ele colocou pra não ter que pagar as taxas de intermediação do site – essa é uma conta que deixo só para carregar o cartão pré-pago dele).

Como dizia meu pai e o ditado: Não dê o peixe, ensine a pescar!

Ensinar a se virar é uma forma de educação financeira infantil? Sim, desde que com supervisão e não sendo nada ilegal, porque não, né?